A modalidade tem pouco mais de três anos, mas o duelo entre a força e o raciocínio está na moda. Londres rendeu-se e agora não quer outra coisa...
Esqueça o socialmente correcto. Se um adversário lhe ficar com o bispo durante um jogo de xadrez é perfeitamente legítimo que pense: "Raios! Daqui a dois minutos já te dou um murro no queixo!" A não ser, claro, que na próxima jogada ouça da boca meio ensanguenta do seu adversário um "xeque-mate". Aí já não há nada a fazer. Vai ter de refrear os ânimos e aceitar a derrota. A modalidade que tem tudo para agradar aos Rockys e aos Einsteins deste mundo pulou da banda-desenhada para a vida real.
Primeiro a luz fica mais fraca, até a sala se transformar numa espécie de clube nocturno. O ringue permanece misteriosamente iluminado e quando a campainha toca os dois pugilistas sentam-se à mesa e põem os auscultadores. Ignore o facto de os dois homens estarem de calções e tronco nu. O primeiro assalto podia ser para nerds com óculos fundo de garrafa e camisa abotoada até ao pescoço. Os mais desconfiados vão achar que se trata de uma cena para "Os Apanhados", mas só até ao próximo round. Depois do primeiro gancho a brincadeira fica séria. Não é boxe, não é xadrez. É boxe-xadrez (ou boxadrez). A modalidade é relativamente recente, mas já conquistou a Europa e, imagine-se, até virou moda em Londres, palco dos grandes torneios mundiais.
Regras
Se pretende aventurar-se no boxe-xadrez, saiba que não basta ter a pujança física de um Mike Tyson ou a mente brilhante de Garry Kasparov. Tem de ser um pouco dos dois. Uma espécie de "Tysarov". A modalidade consiste em 11 assaltos alternados de boxe e xadrez. Primeiro joga-se uma partida de xadrez durante quatro minutos, depois três minutos de boxe, e assim sucessivamente. Há um intervalo de um minuto entre as rondas, e ganha quem fizer primeiro xeque-mate (jogada que põe fim à partida do tabuleiro) ou então quem deixar o adversário KO. (knockout). Se no fim dos 11 assaltos o jogo estiver empatado, vence quem tiver arrecadado mais pontos no boxe. Caso ainda exista uma igualdade, ganha o adversário que jogou com as peças pretas.
Origem
Amesterdão foi a primeira cidade a receber um Campeonato do Mundo de boxe-xadrez, em 2003. O artista holandês Lepe Rubingh inspirou-se na banda-desenhada do cartoonista Enki Bilal, e deu vida a um conceito que já existia na ficção francesa desde 1992. Rubingh achou que a modalidade descrita no livro - uma luta de boxe seguida de uma partida de xadrez - era impraticável e decidiu promover uma competição com assaltos alternados. Desde aí, o boxe-xadrez tem atraído centenas de profissionais na Europa. "A luta é feita no ringue e as guerras são travadas no tabuleiro", é este o mote da Organização Mundial de Boxe-Xadrez, que já conta com clubes oficiais em Berlim, Londres, Sófia (Bulgária) e Los Angeles. Correcção, clubes intelectuais de luta, como são conhecidos. Ao contrário do que se possa imaginar, os adeptos da modalidade defendem que a dinâmica do boxe e do xadrez não são assim tão desiguais. O conceito da disputa é basicamente o mesmo: protecção e ataque. A diferença reside no local onde são travados.
Fonte: Jornal i
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Boxadrez é o que está a dar!
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Unknown
horas
20:36:00
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Fónix... Fónix mesmo! Só respondi aqui para ser diferente!
ResponderEliminarAbraço, que isto foi visita de médico!
Márcio Guerra
Não tenho nada contra as "visitas de médicos", que aliás até acho que são as melhores :)
ResponderEliminarPS: Não me esqueci, mas está demorado!