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terça-feira, 16 de novembro de 2010

"The Promise". De quando o Boss teve as suas noites de discos perdidos

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O prometido é devido. Bruce Springsteen edita hoje as canções que ficaram de fora "Darkness On The Edge of Town".

O prometido é devido. Bruce Springsteen edita hoje as canções que ficaram de fora "Darkness On The Edge of Town".

 Em 1975 Bruce Springsteen era finalmente uma estrela a nivela planetário - apesar de ser um erro astronómico assumir que um astro precisa de se esforçar para atingir o nível de um planeta. "Born To Run" vendeu milhões de discos e o músico de culto foi capa da "Time" e "Newsweek" na mesma semana, uma honra só concedida a O.J. Simpson e ao iPad.

Na ressaca de uma temporada de concertos esgotados e alguma atenção mediática a mais - em Londres, Bruce foi visto a rasgar cartazes que promoviam o seu disco - Springsteen fechou-se em estúdio e pediu que o deixassem em paz. Uma pessoa não obedeceu: Mike Appel, antigo manager do músico, levou-o a tribunal por uma suposta quebra de contrato que resultou num período de três anos em que Bruce esteve proibido de editar.

Mas enquanto advogados esgrimiam alíneas do Código Civil, o cantor também conhecido como Boss (uma alcunha que detesta por não gostar de qualquer tipo de chefe) continuou a compor. Dessas sessões de gravação saiu "Darkness on The Edge of Town" (1978), um disco mais pessimista e menos popular, e mais uma série de canções que ficaram no baú - ou em bootlegs de fraca qualidade. Até hoje.

"The Promise", disco subtitulado "The Lost Sessions: Darkness on the Edge of Town" traz para a luz do dia as faixas gravadas no final dos anos 70 e deixadas a marinar em fracas expectativas. É que depois de "Darkness..." veio "The River" e daí por adiante até "Born In The USA", um dos discos mais vendidos de sempre. A carreira do músico de Nova Jérsia estava lançada e as canções perdidas pareciam ser apenas uma nota de rodapé numa carreira notável.



Cápsula do tempo

O disco que começa a ser vendido hoje - uma edição de luxo com três CDs, três DVDs e um pequeno livro sai a 22 deste mês - é composta por 21 canções que não couberam em "Darkness on The Edge of Town" nem em outro disco que se seguiu. Na verdade, "The Promise" funciona perfeitamente como um disco independente e apesar das suas canções terem sido gravadas ao mesmo tempo que as de "Darkness", o tom é surpreendentemente mais alegre.

Ainda assim, é claro que este é um disco de outros tempos: a produção é claramente vinda dos 70s e as gravações foram marcadas por eventos como a morte de Elvis: "Fire" é um tributo ao falecido e em "Come On" ouve-se mesmo a frase "the man on the radio said Elvis Presley died".

"A maioria das canções está no disco tal e qual foi gravada há anos. Aquelas que eu trabalhei, fiz só aquilo que teria feito na altura e nada mais", conta Bruce Springsteen no livrete que acompanha o disco. Em "The Promise", o músico de 61 anos faz uma coisa que disse que nunca ia fazer: uma canção sobre um processo em tribunal - o seu. A faixa-título é sobre um homem que trabalha numa banda de rock''n''roll à procura daquele "som de milhões de dólares" com um "segredo que devia ter guardado". 

Mais de 30 anos depois esse segredo é revelado com "The Promise", o 17º disco que na verdade podia ter sido o quinto.

Fonte: Jornal i, Luís Leal Miranda, Publicado em 16 de Novembro de 2010

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