Benfica. Sem um Palhaço, houve um Toto
Aimar estava para jogar, não jogou e entrou Salvio. Que deu velocidade e pôs Martins no lugar que é dele quando Aimar não está. E o Benfica venceu o Lyon por 4-3
"Papá marquei um golo bonito!" disse Pablo. "Boa filho, parabéns", respondeu Ricardo. No dia seguinte à jogada que marcou o Benfica-Paços de Ferreira, 2-0, Aimar-filho telefonou a Aimar-pai como tantas outras vezes (mais há dez anos do que agora) para lhe contar o que fizera em campo. Parecia coisa de novela de cordel: na véspera do 50.o aniversário de Maradona, Aimar, um dos múltiplos delfins de El Pibe, fez um golaço. Mas na vida de Aimar, poucas coisas são escorreitas como um final feliz e na véspera do seu 31.º aniversário, Pablito, que viu o seu golo replicado em vários jornais, indispôs-se minutos antes do Benfica-Lyon - lá se foram as histórias da prenda antecipada e do génio acordado.
E lá se foi o número 10 de Jesus que se viu obrigado a lançar Salvio: sem um Payaso, havia um Toto na manga de JJ. De resto, do resto da equipa, foi o que se esperava com um pequenino twist: Coentrão e Peixoto jogaram à esquerda, mas o miúdo das Caxinas à defesa e o homem das Taipas ao ataque. JJ disse ter aprendido uma ou outra lição em França (0-2) e uma delas foi o jogo dos extremos do Lyon. Que começou ao ataque, viu dois golos anulados (um por fora de jogo; outro por mão na bola), como que a avisar que não vinha a Lisboa só para caçar o ponto para chegar à próxima fase da - o Lyon é espécie de predador que não falha uma Champions há uma década e no ano passado chegou às meias-finais.
A resposta do Benfica fez-se por Salvio, num bom remate, e depois por Alan Kardec num cabeceamento entre centrais. Kardec, que fizera o 100.o golo do Benfica em 2009/10 frente ao Marselha, marcou (20') ao Lyon que cumpriu, ontem, o 100.o jogo na Liga dos Campeões. A assistência (a primeira da noite) foi de Carlos Martins a fazer de Aimar melhor do que o próprio Aimar. É que 12 minutos depois, num contra-ataque guiado por Salvio, Martins cruzou para o 2-0 de Fábio Coentrão (em fora-de-jogo). E isto aconteceu quando o Lyon procurava o empate, tentando aproveitar algumas perdidas de David Luiz que continua a pensar que se pode fintar na Champions como na Liga portuguesa.
Com dois golos de vantagem, o Benfica ficou nas suas sete quintas: defendia, recuperava a bola e lançava o contragolpe (a expressão é de Jesus) pelos velocíssimos Salvio e Coentrão (!). O porquê da exclamação? Simples, porque Coentrão voltou a fazer dois lugares: o de defesa, que lhe estava atribuído de início; e o de avançado, supostamente a cargo de Peixoto. E quando se deu a César o que seria de César, deu no que deu: falhanço incrível aos 37', no mesmíssimo lugar onde instantes antes Coentrão fizera o 2-0. Falhanço irrelevante, porque instantes depois, García fez o 3-0 (42') na terceira assistência de Martins. A noite era dele que se julgava capaz de tudo (a moral tem destas coisas), até fazer um golo num livre lateral: David Luiz não gostou, protestou e Martins respondeu a doer, mandando o defesa para todos os sítios menos para Doha que é onde ele irá estar no dia 17 (Argentina-Brasil).
Esse vai ser um grande jogo mas o de ontem também o foi. Mais na primeira que na segunda parte, porque com 3-0 ao intervalo a coisa parecia estar feita: o Lyon trocava a bola, o Benfica idem e Jesus pensava uns dias à frente, no clássico de domingo. Com os suplentes a aquecer na linha; com Saviola abaixo daquilo que dele se espera; e com Peixoto uns furinhos acima do que fizera nos primeiros 45', os encarnados cumpriam o melhor jogo da época, à imagem do Benfica campeão que JJ gosta de relembrar. Só que depois abrandaram já Coentrão tinha feito uma chapelada (4-0, aos 67', na quarta assistência de Martins) e passaram por um aperto: Gourcuff mostrou pinta (4-1, aos 75'), Gomis (4-2, aos 85') aproveitou a inércia e Lovren (4-3, aos 90+5') o frangueiro que ainda existe em Roberto. Ganhou-se a primeira batalha da semana. Falta a mais difícil.
E lá se foi o número 10 de Jesus que se viu obrigado a lançar Salvio: sem um Payaso, havia um Toto na manga de JJ. De resto, do resto da equipa, foi o que se esperava com um pequenino twist: Coentrão e Peixoto jogaram à esquerda, mas o miúdo das Caxinas à defesa e o homem das Taipas ao ataque. JJ disse ter aprendido uma ou outra lição em França (0-2) e uma delas foi o jogo dos extremos do Lyon. Que começou ao ataque, viu dois golos anulados (um por fora de jogo; outro por mão na bola), como que a avisar que não vinha a Lisboa só para caçar o ponto para chegar à próxima fase da - o Lyon é espécie de predador que não falha uma Champions há uma década e no ano passado chegou às meias-finais.
A resposta do Benfica fez-se por Salvio, num bom remate, e depois por Alan Kardec num cabeceamento entre centrais. Kardec, que fizera o 100.o golo do Benfica em 2009/10 frente ao Marselha, marcou (20') ao Lyon que cumpriu, ontem, o 100.o jogo na Liga dos Campeões. A assistência (a primeira da noite) foi de Carlos Martins a fazer de Aimar melhor do que o próprio Aimar. É que 12 minutos depois, num contra-ataque guiado por Salvio, Martins cruzou para o 2-0 de Fábio Coentrão (em fora-de-jogo). E isto aconteceu quando o Lyon procurava o empate, tentando aproveitar algumas perdidas de David Luiz que continua a pensar que se pode fintar na Champions como na Liga portuguesa.
Com dois golos de vantagem, o Benfica ficou nas suas sete quintas: defendia, recuperava a bola e lançava o contragolpe (a expressão é de Jesus) pelos velocíssimos Salvio e Coentrão (!). O porquê da exclamação? Simples, porque Coentrão voltou a fazer dois lugares: o de defesa, que lhe estava atribuído de início; e o de avançado, supostamente a cargo de Peixoto. E quando se deu a César o que seria de César, deu no que deu: falhanço incrível aos 37', no mesmíssimo lugar onde instantes antes Coentrão fizera o 2-0. Falhanço irrelevante, porque instantes depois, García fez o 3-0 (42') na terceira assistência de Martins. A noite era dele que se julgava capaz de tudo (a moral tem destas coisas), até fazer um golo num livre lateral: David Luiz não gostou, protestou e Martins respondeu a doer, mandando o defesa para todos os sítios menos para Doha que é onde ele irá estar no dia 17 (Argentina-Brasil).
Esse vai ser um grande jogo mas o de ontem também o foi. Mais na primeira que na segunda parte, porque com 3-0 ao intervalo a coisa parecia estar feita: o Lyon trocava a bola, o Benfica idem e Jesus pensava uns dias à frente, no clássico de domingo. Com os suplentes a aquecer na linha; com Saviola abaixo daquilo que dele se espera; e com Peixoto uns furinhos acima do que fizera nos primeiros 45', os encarnados cumpriam o melhor jogo da época, à imagem do Benfica campeão que JJ gosta de relembrar. Só que depois abrandaram já Coentrão tinha feito uma chapelada (4-0, aos 67', na quarta assistência de Martins) e passaram por um aperto: Gourcuff mostrou pinta (4-1, aos 75'), Gomis (4-2, aos 85') aproveitou a inércia e Lovren (4-3, aos 90+5') o frangueiro que ainda existe em Roberto. Ganhou-se a primeira batalha da semana. Falta a mais difícil.
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