As relações do Sport Lisboa e Benfica com Angola já são por demais conhecidas. Já se sabe que o presidente da agremiação Benfiquista tem os seus interesses neste território. O inverso também acontece, Angola e os seus altos dirigentes têm estabelecido uma parceria com o presidente encarnado, ajudando-o muitas vezes. A questão que não se pode deixar de fazer: Numa altura que a equipa necessita de se concentrar ao máximo na Liga Zon/Sagres, onde está uns degraus qualitativos atrás do rival Futebol Clube do Porto, faz sentido deslocar-se a Angola «na máxima força» para realizar um jogo amigável?
Segue-se a crónica do jornalista Rui Santos, do dia 28 de Outubro de 2010, relativa ao jogo que o Sport Lisboa e Benfica vai realizar em Angola.
SPORT LUANDA E BENFICA
Não está em causa nem o respeito por Angola nem o apreço pelos angolanos. Tem sido óbvia, todavia, a preocupação do atual presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira (LFV), em manter viva a relação do país liderado por José Eduardo dos Santos. Ou através de recorrentes deslocações a Luanda ou através da projeção da imagem de Mantorras enquanto “símbolo” e não enquanto jogador. Porquê?
Surge agora a declaração de LFV segundo a qual “o Benfica apresentar-se-á na máxima força” no jogo a realizar no dia 10 de novembro, inserido nas comemorações dos 35 anos de independência daquele país africano. Não sendo despiciendo, as relações diplomáticas (no plano desportivo) que os clubes podem e devem manter com os seus congéneres, designadamente no âmbito dos Palop, “por razões históricas” e não sendo LFV presidente da República, o que pode justificar um tão eminente relacionamento, quando o Benfica está empenhado em revalidar o seu título de campeão nacional, as dificuldades têm sido maiores do que se esperava e não deveria haver qualquer tipo de distração em relação ao foco principal, com o desgaste concomitante, ainda por cima sob a promessa (presidencial) de que o “Benfica apresentar-se-á na máxima força?”
Diz-se, à boca pequena, que são importantes os interesses de LFV em Angola. Poderão sê-lo, com toda a legitimidade. Diz-se, também, que interesses angolanos em Portugal podem ter passagem pelo Benfica. É nestes pontos que, sem dramatismos, se impõe o esclarecimento. Onde começam e acabam os interesses empresariais do cidadão Luís Filipe Vieira? Onde começam e acabam os interesses do Benfica nesta forte relação com Angola? A popularidade (agora minguada) de Mantorras não justifica tudo. A vocação diplomática dos clubes de futebol, enquanto embaixadores do país, também não. Principalmente quando o Benfica se vê em “palpos de aranha” para fazer a aproximação ao FC Porto. Seja qual for o resultado no Dragão, esta deslocação não deixa de ser inoportuna.
Vejamos: a viagem a Luanda acontece logo a seguir ao jogo no Dragão. Se o Benfica perder, dá a sensação que esta deslocação estava embrulhada numa atempada “confissão de incapacidade” para vencer o FC Porto. Se empatar ou ganhar, o Benfica tem de cerrar fileiras no sentido de dar “tudo por tudo” para alcançar e ultrapassar o seu rival. Algo não bate certo. Até porque a declaração segundo a qual se pode inferir que existe um compromisso para que a equipa faça alinhar os principais jogadores (seria ridículo colocá-los de início para alinharem 5, 10, 15 ou 20 minutos), não deveria ter sido proferida pelo presidente; é uma competência da equipa técnica e certamente LFV não estará a pensar em despedir Jorge Jesus “por desobediência”.
Era o que faltava, substituir o “Sport Lisboa e Benfica” pelo “Sport Luanda e Benfica”. SLB, em todo o caso. Lá vai Jesus ter de gerir...
NOTA: Alguém tem dúvidas de que, sob o manto do fair play, a FIFA tem sido grande responsável pela corrupção que fere de morte a credibilidade do futebol?!
NOTA 1: Agora o secretário de Estado do Desporto não diz nada sobre a natureza da intervenção das associações no processo de indicação de uma lista para o Conselho de Justiça? Tanta ética, tanto moralismo, tanto legalismo – e agora?!... – silêncio?
Surge agora a declaração de LFV segundo a qual “o Benfica apresentar-se-á na máxima força” no jogo a realizar no dia 10 de novembro, inserido nas comemorações dos 35 anos de independência daquele país africano. Não sendo despiciendo, as relações diplomáticas (no plano desportivo) que os clubes podem e devem manter com os seus congéneres, designadamente no âmbito dos Palop, “por razões históricas” e não sendo LFV presidente da República, o que pode justificar um tão eminente relacionamento, quando o Benfica está empenhado em revalidar o seu título de campeão nacional, as dificuldades têm sido maiores do que se esperava e não deveria haver qualquer tipo de distração em relação ao foco principal, com o desgaste concomitante, ainda por cima sob a promessa (presidencial) de que o “Benfica apresentar-se-á na máxima força?”
Diz-se, à boca pequena, que são importantes os interesses de LFV em Angola. Poderão sê-lo, com toda a legitimidade. Diz-se, também, que interesses angolanos em Portugal podem ter passagem pelo Benfica. É nestes pontos que, sem dramatismos, se impõe o esclarecimento. Onde começam e acabam os interesses empresariais do cidadão Luís Filipe Vieira? Onde começam e acabam os interesses do Benfica nesta forte relação com Angola? A popularidade (agora minguada) de Mantorras não justifica tudo. A vocação diplomática dos clubes de futebol, enquanto embaixadores do país, também não. Principalmente quando o Benfica se vê em “palpos de aranha” para fazer a aproximação ao FC Porto. Seja qual for o resultado no Dragão, esta deslocação não deixa de ser inoportuna.
Vejamos: a viagem a Luanda acontece logo a seguir ao jogo no Dragão. Se o Benfica perder, dá a sensação que esta deslocação estava embrulhada numa atempada “confissão de incapacidade” para vencer o FC Porto. Se empatar ou ganhar, o Benfica tem de cerrar fileiras no sentido de dar “tudo por tudo” para alcançar e ultrapassar o seu rival. Algo não bate certo. Até porque a declaração segundo a qual se pode inferir que existe um compromisso para que a equipa faça alinhar os principais jogadores (seria ridículo colocá-los de início para alinharem 5, 10, 15 ou 20 minutos), não deveria ter sido proferida pelo presidente; é uma competência da equipa técnica e certamente LFV não estará a pensar em despedir Jorge Jesus “por desobediência”.
Era o que faltava, substituir o “Sport Lisboa e Benfica” pelo “Sport Luanda e Benfica”. SLB, em todo o caso. Lá vai Jesus ter de gerir...
NOTA: Alguém tem dúvidas de que, sob o manto do fair play, a FIFA tem sido grande responsável pela corrupção que fere de morte a credibilidade do futebol?!
NOTA 1: Agora o secretário de Estado do Desporto não diz nada sobre a natureza da intervenção das associações no processo de indicação de uma lista para o Conselho de Justiça? Tanta ética, tanto moralismo, tanto legalismo – e agora?!... – silêncio?
RS o lacaio lagartixa
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